Desde o princípio foi profetizado que Jesus viria à terra para um propósito eterno: o de realizar a vontade do Pai. “Então eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito) para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hebreus 10:7).
Cristo disse a Seus discípulos: “Não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou” (João 5:30). “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra" (4:34). "Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou” (6:38).
Jamais houve um momento na vida de Jesus em que Ele não estivesse ciente de que Seu propósito na terra era o de cumprir a vontade do Pai. Isto também deveria ser verdade a nosso respeito - que a todo momento do dia procuremos fazer a Sua vontade. O fato é que não mais pertencemos a nós mesmos; fomos comprados por preço. E como Jesus, fomos criados para cumprir a perfeita vontade do Pai!
No entanto, não importa o quão espiritual você seja nem por quanto tempo tenha andado com Jesus - tempo virá em que você terá que decidir de uma vez por todas de quem é a vontade que irá prevalecer na sua vida: a sua - ou a do Pai. Jesus teve que enfrentar uma hora como essa. Ele sabia que tinha um chamado divino, eterno. Mas Ele também era humano - e foi grandemente testado!
Quando aquela hora chegou para Cristo, Ele viu diante de Si o doloroso preço de abraçar a perfeita vontade do Pai. Significava entrar diretamente nos braços da morte - adentrar uma dor que era indescritível e desconhecida - e ele ficou “profundamente triste até a morte" (Mateus 26:38). "Estando em agonia... seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra” (Lucas 22:44). A própria carne de Jesus começou a tremer!
Amado, a sangrenta batalha de nosso Senhor no Getsêmani foi toda quanto a abraçar a vontade de Deus: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mateus 26:39). A vontade humana do próprio Jesus tinha que morrer. Ele teve uma luta de vida-ou-morte em relação a isso!
No entanto, quando Ele se levantou desta batalha, Sua alma estava inundada de êxtase. Havia algo n’Ele de glória eterna - porque algo havia sido resolvido: Sua vontade própria jazia para sempre morta!
Nosso Senhor foi para a cruz em completa alegria - porque Ele já estava morto. Tinha morrido para tudo que pertencia à Sua humanidade. E Ele podia dizer: “Pai, não vim aqui para ter uma vida fácil. Vim para entregar a Mim mesmo por Ti. Agora enfrento o preço - e o abraço!”
Jesus aderiu à vontade do Pai com uma afeição que O levou para além de todos os sofrimentos que estavam à frente. Nenhum homem ou demônio poderia tocá-Lo. E então, com avidez já desfrutava antecipadamente da glória que seria a glória de Seu Pai!
Você pode ter dado testemunho durante anos: “Estou na terra apenas para fazer a vontade de Deus. Obedecerei!” Mas então um belo, dia você é levado a ficar frente à frente com uma crise de vida ou morte muito além do que você jamais poderia imaginar. É a hora em que escolher a vontade de Deus, pode ser a mais dolorosa e a mais difícil decisão com que você tenha se confrontado.
No final, você tem três opções:
- Você pode fugir.
- Você pode não fazer nada, seguindo o caminho da vontade própria.
- Ou você pode fazer do modo de Deus, do modo difícil - o caminho da morte.
O caminho do Senhor quase sempre parece doloroso, sem esperança. E abraçá-lo, pode significar morrer para tudo que você tenha sonhado na carne. Vou lhe dar duas ilustrações da vida real:
- Uma jovem inglesa cheia de vida foi chamada para ser missionária. Tinha entregado o coração inteiramente ao Senhor - e estava cheia de ambição para Jesus! Ela dirigia um pequeno grupo de oração, e trabalhava com pessoas de rua. E tal como a maioria das moças da sua idade, esperava encontrar um jovem espiritual com quem se casar - alguém com quem compartilhasse sua apreensão pelos perdidos. Testemunhava para amigos e para Cristo que estava pronta para “cumprir a perfeita vontade de Deus, qualquer que fosse o preço!”.Chegou o dia em que este desejo foi testado. Ela era apenas uma jovem muito novinha - e o Espírito Santo lhe disse para pegar um navio e ir para o Oriente!Ela se colocou de joelhos, e disse: “E um marido Senhor - uma cobertura espiritual para o meu ministério? E todos os pagãos na Inglaterra que precisam de Ti? E todos os meus amigos e nossas maravilhosas reuniões de oração? Devo simplesmente pegar uma mala e partir - sem conhecer ninguém, nem mesmo a língua?”Estava frente à vontade de Deus - diante do desconhecido. No entanto, sabia que o Espírito tinha falado, e Seu desejo fora claramente revelado: “ Vá - e Eu irei contigo!”.Teve uma experiência de Getsêmani! E antes de se levantar da oração, ela morreu - para toda a ambição, para a igreja e amigos, para todo o conforto e desejo próprio. Alegria encheu seu coração!Entrou no barco e deu um beijo de despedida em seus amigos. Havia cruzado a linha: o desejo de Deus a qualquer custo! Quando o barco chegou a Hong Kong, Deus lhe disse que descesse - e ela o fez, sem conhecer viva alma.Isto foi há mais de quinze anos. Hoje, Jackie Pullinger é literalmente a mãe espiritual de centenas de drogados e pessoas com problemas nas favelas de Hong Kong. Ela é casada com Jesus, e é uma verdadeira filha de Sião. Ela conhece o êxtase de estar na perfeita vontade do Pai - êxtase que nunca a abandonou, desde que entrou no barco!
- Há mais de um século atrás viveu uma mulher chamada Amanda Smith - uma mulher de coração centrado em Deus. Era uma humilde serva negra, e uma guerreira de oração. As pessoas sentiam a presença de Jesus ao redor dela.Deus mandou para esta jovem um maravilhoso e amoroso marido que ministrava com ela. Amanda era uma missionária de coração - gostava de viajar, e ganhava pessoas para o Senhor aonde quer que fossem. Mas então teve início a Guerra Civil, e o marido de Amanda foi morto.Amanda sofreu. Mas continuou a se dar completamente à oração, e ao trabalho junto aos outros. Com o tempo, no entanto, começou a sentir-se só. Começou a orar: “Senhor, mande-me um marido consagrado - alguém que compartilhe meu dever de viajar e ministrar”.Um dia ela encontrou um homem que aparentava ser todas estas coisas. Era um pastor metodista leigo dizendo que ia ser ordenado como pastor itinerante. Amanda orou, “Oh Senhor, obrigada - este é o homem!”.Mas Amanda não levou o assunto ao Getsêmani! Não procurou o Senhor para Sua perfeita vontade. Lá no fundo, tinha medo que Deus pudesse dizer não - e ela queria se casar com ele. Amanda jamais morreu para sua vontade - e esta sua vontade assumiu o controle. Casaram-se, e dentro de três semanas Amanda compreendeu que tinha falhado na vontade de Deus. Seu marido não era um homem de oração - tinha estado fingindo, apenas para ganhar seu coração. Depois confessou que não ia ser ordenado. Disse que sabia que ela não teria se casado com ele, se tivesse lhe contado a verdade!Com o tempo, ele abandonou Amanda e voltou a pecar. Ela passou o resto de sua vida sozinha. Mas tudo que fez daquela época em diante, ela levou para Deus, morrendo para sua vontade - e foi grandemente abençoada! O Senhor a guiou perfeitamente durante todos os seus dias. Foi poderosamente usada como pregadora da santidade. Amanda Smith encontrou o êxtase na perfeita vontade de Deus!


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